Sunday, March 29, 2015

All you can eat

Ora viva.

Como ainda estou a digerir a comida do dia de ontem, e tenho algum tempo livre - que geralmente é usado para preparar refeições - vou escrever um post sobre o tema.

O conceito de jantar all you can eat, está para o português, como praia e  sol estão para o habitante nórdico. A possibilidade de comer até aos limites de armazenamento do nosso corpo é sem dúvida sedutora para o lusitano.
Ontem num jantar com pessoal da empresa, fomos a um restaurante de comida japonesa e grill no centro de Amesterdão. A minha mesa era composta na íntegra por descendentes de Camões ávidos de alimento e bebida.
Para vos dar um ideia do esquema, este consiste em 5 pratos por pessoa, podendo chegar a 6 rondas. O que feitas as contas resulta em 30 pratos (sobremesa à parte).

Geralmente ninguém chega à sexta ronda, mas ontem entramos nesse clube restrito de "enfardadores supremos".
Se ao princípio os pratos chegavam a velocidade reduzida, com o passar da noite e o esvaziamento do restaurante, o serviço acelerou, e a quantidade de travessas apontada à nossa mesa foi crescendo tanto, que a certa altura pareceu-me boa ideia a implementação de uma torre de controlo, para evitar que os empregados chocassem entre si.

Eu temi!!! Pela primeira vez temi comida!!!

Cada bandeja que saía da cozinha, tinha a direcção da nossa mesa. Eu já tinha visto "bombardeamentos" semelhantes nos documentários das grandes guerras mundiais, mas nunca acreditei que iria assistir a algo assim ao vivo.
Eu e os meus companheiros transpirávamos, unidos nessa espartana missão de dar conta de todo e cada um dos pratos que chegava (uma vez que após pedida, a comida que vai para trás é paga)

Os empregados riam-se de nós em tom maléfico.
A certa altura uma empregada aproxima-se da nossa mesa, e eu em desespero de causa, e já com princípios de cobardia pedi misericórdia com um "no,no,no...", ao que ela contrapôs sem qualquer réstia de pena, com um "yes,yes,yes!!!"
Naquele momento eu tive uma visão que se não comesse aquele prato, ela ia puxar-me levar-me para o fundo da sala, e colocar de castigo virado para a parede... Sem computador, sem telemóvel, e sem o meu pião!!!


Mas conseguimos. Só nos sabemos o que passamos mas conseguimos!
Foi um grande jantar, e não me refiro só à quantidade de comida :)




Tuesday, March 24, 2015

Visita a Keukenhof

Roses are red, violets are blue, tulips are... colorful.

E a partir daqui começo a escrever em português, não vá parecer uma conferência do Zeinal Bava nos anos dourados, antes de se perceber que o homem afinal percebia tanto de gestão, como eu de passar camisas a ferro.

No Domingo, a convite de uns colegas/amigos - e depois de um jantar de sushi, no qual testei os limites de armazenamento do meu estômago - fui visitar o keukenhof garden.
Quando me falaram que o plano era ir de bicicleta e voltar, subitamente descobri um enorme interesse por tulipas, que deveria andar adormecido até à data :)

Aluguei a bicicleta mais barata que encontrei. Single-speed, travão de contra-pedal, chiava um bocado a cada pedalada... resumindo, era PERFEITA!
Isto depois de anos a andar em bicicletas de carbono afinadas que nem relógios suíços, sabe bem voltar ao básico.

Toda a gente foi pontual (é incrível como toda a gente é pontual), e arrancamos à hora marcada.
A viagem foi agradável. Bom tempo, sol a espreitar, paisagens agradáveis... O facto do terreno ser plano permite ter uma visão mais extensa de onde estamos e para onde vamos. É um país muito bonito fora das zonas citadinas, e para se ir descobrindo aos poucos.

Eu lá ia qual miúdo de 5 anos em cima da minha bicicleta que chiava... vento na cara, a explorar uma cidade nova, um país novo, paisagens novas. O tal sentimento que já me fez embarcar em tantas aventuras por aí.


Depois de cerca de 2horas chegamos ao destino. Almoçamos. Fizemos a visita ao jardim, tiramos umas fotos, umas brincadeiras... A companhia foi muito agradável. Gente simpática, descontraída. divertida.



Depois de vermos tulipas de todos os tamanhos, feitios e cores - para além de outros elementos de interesse que existem no parque - era hora de voltar.


Seriam mais duas horas a pedalar.
Entretanto o sol foi descendo devagar, reflectindo na agua, fazendo com que o background da nossa viagem fosse ainda mais bonito.
O cansaço de um longo dia ia-se apoderando dos nossos corpos, mas toda a gente tinha a expressão de um sorriso desenhado no rosto.
Cheguei a casa as 9 da noite, depois de um longo dia. E que grande dia.


Beijos e abaços

Sunday, March 15, 2015

Semana 2 e o Museu do Sexo

Ora viva, estão bonzinhos?

Esta semana já começou o trabalho a sério.
Eu bem pensava que o pessoal na Holanda trabalhava pouco e ganhava muito, mas parece que não vou ter sorte...

Mas vamos ao que interessa.

No sábado antes de ir com o pessoal ter com umas loiras encorpadas e fresquinhas que estavam à nossa espera no beer factory, como somos homens cultos resolvemos ir admirar umas obras de arte ao Museu do Sexo.
Para quem não conhece, neste museu reside o historial da depravação da humanidade desde há centenas de anos atrás, muito antes de existir essa maravilha que é a Internet.
Hoje em dia se um homem quer ficar com  o pilau aos saltinhos, visita um dos inúmeros sites à disposição. Mas antes de em meados dos anos 60, no auge da guerra fria, uma equipa de cientistas ter dado o primeiro passo para a revolução da comunicação global, que hoje até permite às pessoas colocarem fotos dos pratos da comida no facebbok, já existiam outras formas.

Pelo que se pode ver da colecção histórica, o ser humano sempre achou piada a ver homens e mulheres brincarem com a respectiva genitália, e desde cedo arranjou forma de o poder fazer. Fotos a preto e branco, esculturas, vídeos, slides, e até banda desenhada erótica. Digo-vos que nunca mais verei o Tim-tim com os mesmos olhos (para que não hajam dúvidas, e tendo em conta o contexto do post, refiro-me a este Tim Tim).
Vi também os primórdios dos dildos modernos, e todos aqueles instrumentos que as senhoras usam quando não querem ter um espécime lá em casa, que deixe o tampo da sanita levantado.
Há ainda alguns bonecos (e bonecas) mecânicos que fazem marotices, uma representação do Red Light District, e uma zona dedicada a essa "maluca" que era a Marilyn Monroe.
Para finalizar, vi alguns cintos de castidade da era medieval. Para quem não sabe o que é, basicamente trata-se de um artefacto em ferro/aço, que os senhores colocava à volta da "fonte de prazer" da senhora, impedindo que outros homens sedentos fossem lá "beber".

E foi muito isto.
Espero ter enriquecido a vossa bagagem cultural com este breve resumo, e deixo-vos uma foto, para que possam contemplar o quão extenso pode ser este assunto.

Portem-se bem :)
Beijos e abraços

Sunday, March 8, 2015

Semana 1

Depois do processo de empacotamento de coisas nas malas, correr para o avião, e viagem, fomos recebidos no Domingo pelo taxista da empresa, que nos levou ao hotel onde íamos ficar.
O hotel é excelente. Trata-se de um estúdio individual com todas as comodidades... cama de casal, sofá, tv com mais de 100 canais, cozinha totalmente equipada, e wc c/banheira. Para além disso está apetrechado com um pequeno ginásio, piscina, sauna, banho turco, e têm bicicletas que podem ser usadas pelos hóspedes gratuitamente durante 3horas.

Na empresa existem muitos portugueses (tal como no hotel), e tenho falado mais em português do que propriamente em Inglês. Quanto ao Holandês, isso é coisa para demorar muito a aprender :)

Toda a gente tem sido muito simpática em todo o lado, e a integração tem sido fácil. O facto de ter vindo inserido num grupo grande que teve um mês para se conhecer em Portugal ajuda bastante. Já não é a primeira vez que vou para o estrangeiro, mas creio que agora estou muito mais bem preparado.
A vida em grupo neste momento faz-me lembrar os tempos universitários - com a diferença que hoje em dia já não tenho um cabelo que parece uma esfregona, e tenho de ir apresentável para o escritório, e por isso evito dormir vestido - visto que fazemos tudo juntos. Compras, almoço, ir e voltar do trabalho...

Quanto à comida, aqui é um pouco diferente. Não existe o conceito de refeição que existe em Portugal. Aqui come-se porque é uma necessidade biológica. A hora de almoço é feita em frente ao computador com coisas simples: sandes, saladas, fruta, leite, ou fast-food que se leva para o escritório. Já em casa, como da mesma forma que comia em Portugal.
Café e cerveja são ao preço do ouro.

A rede de transportes públicos é funcional, e cobre toda a área de Amesterdão. Temos ido trabalhar e explorar a cidade recorrendo a ela.

Já saímos, e deu para ver um pouco da vida nocturna de Amesterdão, e neste fim de semana já fui pedalar um pouco pela zona.
Isto tem tudo para correr bem :)

Beijos e abraços


Introdução

Bem, mesmo sem fogo de artifício, cortes de fita, ou cocktail party, dou por aberto o meu novo blog.

Nele pretendo basicamente - e esporadicamente - relatar as minhas vivências na cidade de Amesterdão, para a qual me mudei na semana passada, mais propriamente no dia 1 de Março de 2015.
O blog vai servir basicamente para tentar através de palavras traduzir os que vou sentindo, dando a conhecer ao mundo as inquietações de um jovem emigrante dos tempos modernos, e também de modo a que as pessoas que estão longe se possam sentir mais perto, e para as pessoas que estão perto se aproximem ainda mais, mas não ao ponto de ser constrangedor!

A história é a seguinte:
Sou um jovem licenciado com cerca de 6 anos de experiência, que se cansou um pouco do país que o viu nascer, essencialmente a nível profissional, e que embarcou num novo desafio pessoal e profissional na terra das tulipas e da liberdade... e que tem por objectivo, mostrar ao mundo as suas capacidades nas várias vertente que o caracterizam (sobretudo as que não envolvam passar a ferro...).

Fiquem por aí, a história vai começar.